quinta-feira, 15 de novembro de 2012

OPINIÃO

FLUMINENSE FOI CAMPEÃO DE FATO E DE DIREITO


     O Campeonato Brasileiro de 2012 já está decidido em favor do Fluminense, que fez a melhor campanha de todos os tempos na era de pontos corridos. O que então questionar a campanha tricolor?
 
     Nos altos e baixos do Brasileiro, a equipe que mais sofreu foi o Atlético, que fez um primeiro turno digno de campeão, mas que no segundo turno caiu seu rendimento e durante todo o decorrer desta etapa, o Galo não conseguir recuperar aquele futebol que mostrou no primeiro turno.
 
     Enquanto isso o Fluminense teve também a sua decaída, mas com uma diferença que o tornou campeão: mesmo jogando mal, os cariocas ainda conseguiam vitórias magras, sofridas, mas o rendimento continuou e sendo assim a consequência foi a conquista do título, com três rodadas de antecedência.
 
     Penso eu que fatos extra-futebol aconteceram. Não se explicou até hoje o adiamento da partida do Atlético contra o Flamengo, haja vista que no Engenhão continuaram os jogos e somente este propriamente dito foi marcado para a data que bem entendeu a CBF. Poderia ter sido marcado para uma semana depois em Volta Redonda e alí o Galo fatalmente ganharia do Flamengo, pela campanha das duas equipes. Mas não foi marcado e quando foi realizado foi no Engenhão. Dá para entender?
 
     Penso cá comigo, que este jogo foi o divisor de águas para o Atlético, porque quando foi realizado a equipe já não estava no embalo e perdeu a partida e alí também o título.
 
     Dizer que o Fluminense foi beneficiado pela arbitragem não é necessário, porque tudo já foi mostrado. Infelizmente no Brasil não se descobre nada nas entrelinhas do futebol. Que o poder econômico fala mais alto, pode ter certeza que sim. Que existem equipes que mandam e desmandam no Brasil, isto também é fato consumado. Ninguém, ninguém mesmo, tem coragem de punir um Flamengo, um Corínthians e em menor escala as outras equipes do eixo Rio/São Paulo. E ninguém tem o poder de mandar no futebol, porque a Globo não deixa.
 
     É sabido que o futebol mineiro não tem representação nenhuma junto à CBF e na dúvida, quem são prejudicados fatalmente serão Atlético e Cruzeiro. O adiamento da partida com o Flamengo; a suspensão do Ronaldinho contra o Internacional e a campanha que fez o Galo, foram fatores decisivos para a equipe mineira ser olhada com desdém pelos poderosos do futebol brasileiro.
 
     Desde os meus primeiros comentários, eu sempre afirmei que Fluminense, Atlético, São Paulo, Corínthians, Internacional, Santos e Vasco seriam as equipes que despontariam no Brasileiro. Desses o Internacional e o Vasco decepcionaram e o Corínthians se envolveu de corpo e alma na Libertadores, onde foi campeão, e se prejudicou no Brasileiro. O Grêmio foi a maior surpresa.
 
     As decepções maiores para mim foram: Santos, Cruzeiro e Palmeiras. A equipe santista era tida e havida como favorita ao título, mas depois da derrota para o Barcelona, o peixe caiu seu rendimento e não fez a campanha esperada. O Cruzeiro pintou no início da temporada como favorito, porque conseguiu liderar a competição, mas na sequência do Brasileiro, foi caindo e só não foi mais preocupante a sua situação, porque outras equipes fizeram campanhas piores e o Cruzeiro se aproveitou disso para continuar no bloco intermediário, mas, mesmo assim, correndo o risco de rebaixamento, mais um ano. Do Palmeiras não precisa falar nada.
 
      A torcida do Galo não está satisfeita pelo fato do time não conseguir o título, mas se analissasse com mais frieza chegaria a conclusão que a vaga para a Libertadores é uma conquista muito grande, para um equipe que nos últimos anos só brigava na parte de baixo da tabela. Se conseguir manter os principais jogadores, principalmente o Ronaldinho Gaúcho, o Galo tem amplas possibilidades de lutar pelo título internacional.
 
       Resta agora para Atlético, Cruzeiro e América já trabalharem visando 2013. Os dois últimos terão mais dificuldades para montar suas equipes. O Cruzeiro é tido como quebrado e não tendo dinheiro para investir, deve montar um equipe mediana e pode ter os mesmos problemas no próximo ano. Não será a contratação de um treinador de ponta que vai mudar a situação. A não ser que a diretoria ache uma solução milagrosa para montagem de uma equipe forte. É difícil. Além do mais o Cruzeiro precisa de fazer caixa e para fazê-lo terá que liberar suas princiapais estrelas: Fábio e Montillo.
 
       Aguardemos, pois, 2013 e que ele seja promissor para o nosso futebol
 
Paula Neto - Editor