quinta-feira, 5 de abril de 2012

OPINIÃO

CRUZEIRO E ATLÉTICO: UM JOGO PARA TESTAR UMA OU OUTRA EQUIPE,
OU AS DUAS; MAS TAMBÉM UM JOGO PERIGOSO PARA O TORCEDOR

     Ninguém, nem mesmo jogadores, diretores, comissão técnica, torcedores, tem no Campeonato Mineiro um motivo para se entusiasmar. Nenhuma equipe do interior tem a coragem de investir pesado no seu elenco, para fazer, tão somente, 11 jogos pelo Estadual. Primeiro porque nenhum jogador quer assinar contrato por 3 meses. Por isso as interiornas buscam nos clubes maiores, aqueles jogadores que estão encostados ou mesmo que estouraram da base. É a pura realidade. Inclusive o Nacional, de Nova Serrana, extrapolou do direito de ter jogadores de outra equipe. Conta no seu plantel com 18 jogadores do Cruzeiro e nem por isso conseguiu coisa melhor no Mineiro.
     Tanto Atlético, que lidera invicto, quanto o Cruzeiro, que está em segundo, mas pode terminar ainda na ponta, foram testados, porque nem o América foi adversário à altura da duas equipes.
     Todos esperavam mais das tradicionais equipes do interior e principalmente daquelas que disputaram alguma divisão do Brasileiro, como são os casos do Tupi, que foi campeão da 4ª Divisão Nacional; do Boa Esporte que ficou entre os primeiros da 2ª Divisão; do Villa Nova e Uberaba que disputaram a 4ª Divisão. Somente o Tupi, de Juiz de Fora, conseguiu bons resultados, depois de um começo na zona de rebaixamento, após as primeiras três rodadas. Daí prá frente e depois de trocar o treinador, conseguiu se firmar e está quase classificado entre os quatro que disputarão a semifinal do Mineiro.
     O teste final para Cruzeiro e Atlético é no próximo domingo, quando se enfrentam em igualdade de condições. Infelizmente a burrice dos diretores mineiros impera e teremos, ainda, torcida única: a do Galo. Provavelmente a única vantagem que uma equipe tem sobre a outra.
     O Atlético está invicto, mostra alguns jogadores se recuperando, como são os casos de Guilherme e André, mas ainda não conseguiu fazer dois jogos seguidos com a mesma equipe. Sempre tem uma ou duas mudanças. No clássico terá.
      O Cruzeiro, depois de sofrer uma derrota para o Guarani na primeira rodada, superou a tudo e tem tido a sorte de poder repetir a equipe por cinco jogos consecutivos. O Vagner Mancini está utilizando o 4-3-3, com três jogadores de frente. Tem dado bons resultados para o time celeste, mas tudo indica que para o jogo contra o Atlético a tendência é voltar ao 4-4-2, porque não vai abrir o jogo para o seu maior rival.
     Será, na minha opínião, um dos clássicos mais parelhos dos últimos anos, quando as duas equipes se equivalem e tanto uma como a outra podem sair vitoriosa no domingo. O empate é bem cotado.
     O torcedor atleticano pode fazer a diferença na Arena do Jacaré, tanto para o bem, quanto para o mal do Galo. Os 6x1 ainda estão engasgados e a cobrança será maior. Se o Galo ganhar, apaga um pouco daquela decepção; se empatar, vai ter chiadeira; mas se perder, nem quero aventurar dizer em que pode ser transformada a Arena do Jacaré.
     Cuidado com este clássico. Ele pode ser normal. Mas pode ser também perigoso. Penso que mais perigoso do que normal. Para me situar: se eu tivesse um filho pequeno, de até 10 anos, eu não o levaria ao estádio. Nas arquibancadas pouco acontece, mas depois do jogo a coisa pode desandar.

     Observação: O mais importante para o torcedor é a presença da única equipe do Sul de Minas nos jogos do Campeonato Mineiro, a Equipe Futebol Emoção da Rádio Cultura. Terá a narração de Edmar de Souza, comentários de Alexandre Santos, reportagens de campo de Paula Neto, plantão esportivo de Fred Almeida e trabalhos técnicos de Wiliam Delfino. Ouça direto e ao vivo, mas se não puder acesse: www.radiocultura770.com.br.

Paula Neto - Coordenador da Equipe Futebol Emoção da Rádio Cultura de Lavras

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