quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Caminhos do Galo para fazer do 'Novo Independência' fonte significativa de renda

 Se contrato com a BWA foi autorizado, Galo terá uma grande fonte de arrecadação

O contrato entre BWA e Atlético ainda passará por avaliação do governo para vigorar. Se for aprovada, a parceria entre o clube e a empresa pode render receitas significativas para os cofres atleticanos.

O Galo terá direito a 45% da arrecadação do Independência, mesma fatia que caberá à BWA. O América, proprietário do estádio, e o Governo de Minas Gerais, que investiu na construção da nova arena, ficam com 5%, cada um, da renda bruta. Além disso, o Atlético, inicialmente, investirá cerca de R$ 8 milhões de reais no local.

O Superesportes fez um levantamento com clubes detentores de estádios/arenas para contabilizar os prejuízos e benefícios que podem surgir no caminho do Alvinegro.

Morumbi - Dos grandes times do Brasil, o mais exaltado no quesito administração é o São Paulo. O clube, que é dono do Morumbi, situação diferente do Atlético, que terá apenas relação comercial com o estádio do Horto, utiliza bem o espaço na capital paulista e detém lucro expressivo.

O diretor de futebol do Tricolor, Adalberto Baptista, explica a arrecadação do clube com o estádio. “O Morumbi, hoje, tem uma receita de 45 a 50 milhões de reais por ano, projetado para 2012. A despesa fica entre 18 e 20 milhões de reais. Portanto, teremos um superávit de 25 milhões de reais. As principais receitas são as locações de camarotes, shows, eventos e bilheteria de jogos, nessa ordem. Bares e estacionamento arrecadam pouco. As despesas ficam por conta de manutenção predial, que inclui gramado, água, luz, cadeiras etc”, disse.

Como o aluguel para shows e eventos é uma das principais fontes de receita, o Atlético precisa ter um ‘plano B’ para esse tipo de ação quando tiver jogos em Belo Horizonte, principalmente se estiver envolvido em partidas decisivas. O dirigente são-paulino cita o tempo médio que o clube fica sem o espaço nos casos de locação.

“Quando realizamos shows no Morumbi, os eventos exigem quatro dias de montagem e três de desmontagem. Para um show único, você fica oito dias sem estádio, contando a recuperação do gramado. Normalmente, quando isso ocorre, nós mandamos os jogos na Arena Barueri, porque temos um bom acordo lá”.

No decorrer de 2012, enquanto o Mineirão continuar em reforma, o Independência e a Arena do Jacaré serão os palcos do futebol mineiro. Caso o espaço no Horto esteja alugado, o Alvinegro, provavelmente, terá que mandar seus jogos em Sete Lagoas.

A possibilidade de ‘vender’ o nome do estádio para aumentar a receita não é prioridade do São Paulo. “É difícil de fazer um ‘Naming Rights’ para um estádio de futebol que já existe há muito tempo. Porque a Globo (detentora dos direitos de transmissão) não utiliza os nomes comerciais. O nome do estádio é o que o povo fala. Para estádios já existentes é mais difícil. O Atlético-PR fechou um contrato, mas quase ninguém nunca chamou de Kyocera Arena. Como a Globo tem o monopólio, ela usa o nome que quer. Os times de vôlei como Unilever e ex-Finasa (atual Sollys) tiveram dificuldade com isso. São chamados de Rio de Janeiro e Osasco. As empresas têm receio para investir nesses nomes”, finalizou.

Arena da Baixada -
O Estádio do Atlético-PR é outro exemplo que se encaixa no perfil do Morumbi. Dono do terreno, o Furacão também administra o espaço para aumentar sua fonte de renda. O diretor de planejamento do clube, Nelson Fanaya, conta como é o funcionamento da Arena.

“O custo-benefício da Arena é muito positivo. Uma arena multiuso, além de todas as questões de manutenção, envolve todo o restante de custos e benefícios. Tem praças de alimentação, lojas, shopping centers. Não é um gerenciamento voltado para um simples estádio de futebol”, disse.

A ‘venda’ do nome da Arena rendeu para o time paranaense boa quantia em 2005. “O Atlético foi o único ‘case’ de ‘Naming Right’ no Brasil. Nos anos de 2005 e 2008. Esse valor foi de 10 milhões de dólares. Usamos o nome Kyocera Arena nesse período”, afirmou Fanaya, que revelou a estratégia para comercializar o sobrenome.

“O local é um estádio de futebol desde 1917. O nome do Estádio é Joaquim Américo. Mas quando inauguramos, em 1999, utilizamos o apelido ‘Arena’. Foi o primeiro estádio do Brasil a adotar esse nome. Fizemos isso para comportar esse outro sobrenome. Não usamos Furacão e outras coisas para não ter dificuldade em ‘vender’ o sobrenome. Essa foi a estratégia”, revelou.

Como vai lançar o programa sócio-torcedor no Brasileiro’2012, o Galo pode abordar outra situação vivenciada pela equipe do Paraná. O diretor paranaense acredita que a Arena incentivou a adesão de sócios no Rubro-Negro.

”O Atlético-PR hoje detém 18.500 sócios. É um clube exclusivamente de futebol. Não tem piscinas e salões e clubes sociais como Atlético e Cruzeiro. Cada sócio paga por mês 70 reais”, finalizou o diretor. Se esses torcedores estiverem adimplentes, os sócios rendem R$ 1.290.000 para o Atlético-PR.

Engenhão - Pertencente ao governo do Rio, o Engenhão está nas mãos do Botafogo desde 2007, por um prazo de 20 anos. Se nos primeiros anos, o estádio deu prejuízo, em 2010 e 2011 o clube carioca começou a colher os frutos de ter uma casa, com lucro aproximado de R$ 4 milhões e R$ 7 milhões, respectivamente. A despesa atual é cerca de R$ 400 mil por mês.

Nos primeiros anos sob a gestão do Botafogo, o futebol era o carro-chefe. Depois, o clube abriu horizontes e os mega-eventos impulsionaram a receita. Outra fonte de renda é a locação do espaço para o mercado publicitário. O Botafogo conta com parceiros comerciais que vendem o produto Engenhão. Assim como o São Paulo, o time carioca abre mão do estádio por aproximadamente oito dias para realização de grandes shows.

Casa do time da Estrela Solitária, o Engenhão recebe também partidas de Flamengo e Fluminense. Os rivais cariocas não pagam aluguel. Um acordo comercial garante ao Botafogo uma parcela do faturamento em dia de jogos.

Morumbi
: Cícero Pompeu de Toledo (maior estádio particular do país)
Inauguração: 1960
Capacidade: 70 mil espectadores
Sócio-torcedor: 45 mil associados
Estacionamento: 620 vagas

Arena da Baixada: Estádio Joaquim Américo Guimarães* em reforma para a Copa’2014
Inauguração da arena: 1999
Capacidade: 42 mil espectadores (após a reforma)
Sócio-torcedor: 18.500 associados
Estacionamento: 3.000 vagas (após a reforma)

Engenhão: Estádio Olímpico Municipal João Havelange (Stadium Rio)
Inauguração: 2007
Capacidade: 46.831 espectadores
Sócio-torcedor: não informado
Estacionamento: 1.660 vagas

Independência: Estádio Raimundo Sampaio
Inauguração: prevista para o fim de março
Capacidade: 25 mil espectadores
Sócio-torcedor do Galo: em estudo
Estacionamento: 422 vagas

Fonte: Superesportes
Créditos: Luiz Martini - Superesportes - Rodrigo Fonseca - Superesportes

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