OPINIÃO

NÍVEL DO CAMPEONATO MINEIRO CONTINUA BAIXÍSSIMO E CLUBES DO INTERIOR NÃO TEM MOTIVAÇÃO PARA INVESTIR

     Desde o início do Campeonato Mineiro de 2012 era já previa que o nível técnico continuaria igual aos dos anos anteriores, baixíssimo. Não se pode admitir que quaisquer das equipes do interior possam investir em jogadores de qualidade e de nível técnico apurado, haja vista que só tem a garantia de fazer 11 jogos no ano. Exceção às equipes que disputam uma das divisões do Campeonato Brasileiro, como são os casos de Boa, Tupi, Uberaba, Villa Nova e Ipatinga (que está na segunda divisão mineira). Mesmo assim essas equipes não mantiveram seus principais jogadores e não estão com campanhas boas no Mineiro. Somente o Villa e Boa, estão um pouco melhores, na quinta rodada do Mineiro.

     Um atleta profissional do futebol, de maneira alguma aceita firmar um contrato por três ou quatro meses, que é o tempo de disputa do Campeonato Mineiro. Os atletas exigem um contrato com duração maior, além de exigir (entre aspas) que o salário seja pago rigorosamente em dia. Qual equipe do interior, exceto as que citei acima, tem condições de formar um elenco, pelo menos, para disputar bem o campeonato?

     Guarani, Democrata GV, Nacional NS, Amércia TO e Caldense entram na disputa para não cair para a segunda divisão do Estado, e além do mais já não podem contar com jogos de Atlético, Cruzeiro e América em seus domínios, onde poderiam arrecadar uma grana extra, porque o Campeonato Mineiro é disputado em turno único, consequentementes as equipes interioranas se contentam em receber ou Atlético ou Cruzeiro e mesmo assim sem uma atração como era antigamente, porque sabe o torcedor que no final vai dar um ou outro da Capital, como campeão.

    Vocês que acompanham o meu blog, já devem ter lido a reportagem sobre o esvaziamento dos Campeonatos Regionais. A pura realidade está espelhada ali. O torcedor não aguenta mais o péssimo nível do futebol brasileiro; não aguenta mais ver dirigentes se enriquecendo e os clubes empobrecendo; não aguentam mais ver que o futebol sendo dirigido por fora das quatro linhas pelo poder econômico; não aguenta mais ver técnicos "famosos" serem manipulados por empresários de jogadores e por empresas patrocinadoras, que no final são os que escalam as equipes; o torcedor não aguenta mais ver os absurdos que são pagos aos jogadores e estes não estão nem aí para a história do clube, como era antigamente, quando o jogador vestia, na acepção da palavra, a camisa da equipe que jogava e com amor às suas cores; o torcedor já não aguenta mais os horários malucos impostos pela Globo para as partidas em um geral. Um absurdo.

       Vou mais além deste monopolio (que é proibido no Brasil) doado à Globo. O futebol passou a ser fantoche nas mãos dela. Os horários absurdos dos jogos é o maior "goela abaixo" para todos. As equipes jogam quando ela quer e manda. Para a Globo, o torcedor nos estádios é ruim, porque as tvs fechadas precisam que eles estejam nos sofas de suas casas, pagando indiretamente (ou seria diretamente) o preço de um campeonato. Não importa que um Atlético e Cruzeiro tenha 100 mil pagantes e nunca mais terá, porque a poderosa não deixa isso acontecer. Quem vai deixar a tranquilidade de seu lar para correr o risco de assaltos, assassinatos e brigas? São neste detalhes que a Globo se vale para pagar milhões de reais para transmitir o falido Campeonato Mineiro.

     Os campeonatos regionais estão acabando. O futebol está cada vez mais caro e as equipes sem poder investir muito. Os dirigentes estão a cada dia mais ricos e os clubes endividados. E, para finalizar, a televisão já conseguiu acabar com "namorinhos no cinema"; já acabou com o teatro; com o circo, porque mostra em suas telas os melhores do mundo e os menos poderosos passam fome; acabou com a tradição familiar, porque mostra verdadeiras ponografias em qualquer horário e além disso tudo nos "premia" (principalmente para os trouxas), com um BBB, que tem somente o anti-família e a safadeza ao vivo.

     Viva a televisão! Abaixo o futebol (?) brasileiro!

Paula Neto - Jornalista Profissional