terça-feira, 21 de agosto de 2012

REINALDO, ÍDOLO MAIOR DO GALO, JÁ VESTIU A CAMISA DO CRUZEIRO

HÁ VINTE E SEIS ANOS ATRÁS REINALDO TROCOU DE LADO, MAS NÃO FOI UMA PASSAGEM BRILHANTE NO CRUZEIRO


Alberto Escalda/EM/D.A Press - 18/08/1986     Algumas histórias inusitadas do futebol, de tão pitorescas, acabam caindo no esquecimento do torcedor. A breve passagem do ídolo alvinegro Reinaldo pelo Cruzeiro entra no rol desses casos. A assinatura de contrato do craque com o clube celeste completou exatos 26 anos nesse fim de semana.

     Foi em 18 de agosto de 1986. Depois de uma passagem sem sucesso pelo Palmeiras, Reinaldo foi para o Rio Negro (AM), onde disputou apenas cinco partidas em quatro meses, desgastado por conta das diversas lesões no joelho. “Eu parei de jogar e o Cruzeiro me convidou para voltar. Em momento algum eu pensei que a torcida do Atlético pudesse me ver com maus olhos. Eu era um jogador profissional e recebi uma proposta”, relembra o ex-jogador.

     Quando chegou ao Cruzeiro, contratado pelo então presidente Benito Masci, Reinaldo queria reerguer a carreira, mas acabou não conseguindo. “Quando eu fui para lá eu não tinha condições físicas mais. O presidente Benito Masci me chamou, eu falei ‘então vamos tentar’. Fiquei treinando durante dois meses, mas não consegui voltar a jogar em alto nível. Foi o Cruzeiro que me procurou e eu aceitei o desafio”, explicou Reinaldo à reportagem.

     O Rei teve a estreia pelo Cruzeiro adiada diversas vezes e acabou entrando em campo pela primeira vez com a camisa celeste em 27 de setembro, contra o Rio Branco-ES, no Mineirão, diante de 32.828 pagantes, pelo Campeonato Brasileiro. O craque pisou no gramado acompanhado dos seus dois filhos, Daniel e Tiago, e jogou até os 15 minutos do segundo tempo, quando foi substituído por Hamilton. A partida terminou empatada em 0 a 0.

     Reinaldo ainda atuou em outro empate sem gols, contra o Bahia, também pelo Brasileirão, no Gigante da Pampulha. Com as atuações aquém das expectativas, porém, ele encerrou sua curta passagem pela Toca da Raposa. A experiência de vestir a camisa do maior rival do Atlético não rendeu algum tipo de arrependimento, Reinaldo foi enfático.

     ”O arrependimento que fica é que talvez eu devesse ter passado pelo Cruzeiro em melhores condições. Queria ter feito grandes apresentações. Não existe arrependimento pelo fato de ter sido o Cruzeiro, de maneira nenhuma. Pelo contrário, foi uma honra para mim, o Cruzeiro é um grande time. O coração sempre foi atleticano, mas, para mim, foi uma grande honra jogar pelo Cruzeiro. Eu queria ter ajudado de verdade o time”.
Alberto Escalda/EM/D.A Press - 18/08/1986      O lateral-direito Nelinho, que fez o caminho inverso – foi ídolo na Toca e depois foi jogar no Galo –, defendia o Atlético na época em que Reinaldo foi contratado. Ele conta que, embora polêmica entre torcedores, a atitude do Rei foi encarada com naturalidade dentro do clube alvinegro. “Todos nós entendemos que era uma questão de oportunidade para ele. Ele teve uma proposta para jogar no Cruzeiro e por que não iria? Por que foi ídolo no Atlético? Não era motivo. Ele precisava trabalhar, ganhar o salário dele e o Atlético não deu a oportunidade. O Cruzeiro foi lá e contratou. Para nós, jogadores do Galo, foi a coisa mais normal do mundo”.

     Depois do Cruzeiro, Reinaldo teve breves passagens por equipes de pouca expressão do futebol europeu. Ele jogou pelo BK Häcken, da Suécia, e pelo Telstar, da Holanda, antes de pendurar as chuteiras de vez.

Fonte: Superesportes

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